quinta-feira, 25 de outubro de 2012

A nossa história ainda não acabou



A tentação permanente que desenhas com os teu lábios se solta no infinito do inacabado. Em pânico te refugias no ser da essência e, como um acorde de guitarra, me falas bem alto sobre inocências e coisas deslumbrantes que vais descobrindo na tua vida. O amadurecer vai a podre; eu e tu somos assim, é o que dizes. E não quero acabar com tudo; e não quero, acima de tudo, que acabes, porque tu e eu ainda temos muito para escrever na fina linha da estrada da nossa história, que preenche vivamente o nosso futuro.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Não me imagino sem ti



Respirava a tua voz e não me imaginava sem ela; sem ti a meu lado. Todas as noites recordava-me da tua essência e sentia a tua falta; agora não respiro, e vou cultivando carne e pele ferida do meu coração partido - culpa da saudade, que descobri ser tão tão má como a sua meia-irmã, a solidão.
Vou moldando-te no meu pensamento, mas nada me valhe de o fazer. Não vais cair no pó do esquecimento - e isso é a flecha de poucas certezas que insiste em fazer-me de alvo.
A utopia de sentimentos acorda-me durante a noite, com sonhos misturados com pesadelos medonhos, onde grito por ti, e não me acodes. A falta da tua resposta é o essencial para criar este pesadelo, onde o papel de ator não passa de um secundário e de um pobre infeliz de cor diferencial.
Flores me vão descobrindo, e eu as vou descobrindo também, pouco e pouco. Falo de flores, porque elas me deixam em paz profunda, mesmo sendo elas quem decoram campas de mortos e funerais. E elas vão levando o meu passado para longe, tão longe que quase perco o meu presente. E tu, serás esquecido. Ou não.
Espero te ver. Em breve.


domingo, 21 de outubro de 2012

Segredo




O segredo esvoaçou-se para longe com medo de que as tintas dos seres o pintassem. Levemente passou por sítios desconhecidos, desvanecendo-se e, pouco a pouco, fazendo-se tornar em algo totalmente diferente. Todos o conheciam agora, já não era mais um segredo, mesmo que insistisse que fosse, a filosofia da vida o dizia que não, e ele, indisciplinado, tornava-se na questão.

foi escrito á pressa, mas espero que gostem! :)

domingo, 14 de outubro de 2012

A Rainha da Estação de Gasolina



Ela se intrigava sob o facto de ninguém lhe dizer um Olá que fosse. Na verdade não a admirava, porque era filha do dono da estação de gasolina. Ninguém iria querer uma pessoa que vestia um macacão horroroso todo o dia e tivesse a pele manchada com nódoas negras de petróleo, nem muito menos uma rapariga que se divertia a atender simples camionistas que insistiam sem propósito, apenas por mal educadez, escupir para o chão.
Então ela olhou para o céu-névoa, onde se encontravam fragmentos de luz e respirou o seu ar até tomar no pensamento algo divinamente verdadeiro: era ela, uma rapariga suja, que se divertia com pouco, mas era ela a Rainha da estação de gasolina.


                                                  Lana Del Rey - The queen of gas station

sábado, 13 de outubro de 2012

''O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim para que elas venham até ti''



A utopia de sentimentos me vão penetrando a alma, fazendo sucumbir até mesmo o mais efemero ser á face da terra... e eu me encolho, como estivesse com medo de algo; como não pudesse respirar. Aí me recordo que parte de mim são estrelas, o resto são borboletas que insistem em  pousar no pior e delimitado de mim. Dou um olhar debruçado sobre as coisas estranhas do planeta e, como um extraterrestre, solto então por fim as borboletas em liberdade para que estas um dia, já cansadas de mim e do seu próprio ser, se mastiguem sob um novo refluxo estrelar da nascente cristalina das montanhas frias.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

O mundo me chateia!










































O mundo me chateia carregando tanto vazio nele. Sejam asas de licor arco-iris, sejam ancoras perdidas no azul, são transformações impacientes que me deitam abaixo e me transformam em menina desesperada. Forjada com uma condição permanentemente sacrilegia, o enigma do mundo me aborrece. Aqueles que por se dizem «humanos» me parecem mais zombies estupidamente irracionais; não são humanos, se são então eu não sei o que o conceito humano quer dizer, de facto. E eles vão transformando o mundo como querem, não como podem. Vão deixando um rasto sensivelmente cinzento pintando nele um futuro próximo ainda mais negro. E eu me vou rindo das minhas lágrimas desperdiçadas por eles, rezando para que parem com as fantasias dos seus olhos... não quero ver, não quero ver mais nada que seja deste mundo. E me vou indo embora, no doce terno cansaço... e aí percebo o quanto desperdicei com a gente e o mundo.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

O Começo


         Há pouco tempo criei um blog. Escrevi nele apenas durante cerca de dois meses. Tive cerca de mil visitantes e doze seguidores - dos quais dois era eu própria. Era claramente pouco, mas como já antes tinha referido: o blog apenas tinha dois meses de ''vida''. Chamava-se Reflexões de letras e palavras, e tal como o nome deste blog, não demorei muito a pensar sobre o facto de que nome iria escolher. Era um blog. O seu nome me interessava um pouco, mas nada da sua originalidade. Os comentários também foram alguns. Mas a verdadeira razão pela qual desisti dele e criei um novo (este), fora porque não estava satisfeita com a minha escrita nesse blog; os posts eram demasiados simples comparando com outros blogs - na verdade apenas um, era português e apaixonei-me avivamente por ele. Mas de facto também os escritores me faziam relembrar sobre o caso de que precisava muito de me esforçar mais a nivel de escrita, pois não queria aquele tipico blog em que apenas ''coisinhas bonitas'' eram escritas, como frases de amor sem um pingo de filosófico - também não é que perceba muito de filsofica, apenas comecei a estudá-la há dois meses atrás.
Percebi que, se queria «alguma coisa de jeito» teria que estudar, mas não um estudar de aluno e escola. Deu-me a ideia de ler Saramago; deu-me esse apetite e queria lê-lo. Portanto decidi requisitar um na minha escola. Era meu desafio, talvez, ler todos os seu livros publicados, ou quase todos - a minha mãe já não se dá bem em lê-lo devido á imagem de ''anti-cristo'' que ele transporta sobre os seus olhos cansados de escritor, e portanto não gostará nada da ideia de ler 'Caim'; um livro do qual deu alguma polémica (penso) e a própria capa do livro me ofende. As suas capas amarelas (mais modernas) com desenhos praticamente borrados transmitem o principal da história do livro. Mas a sua escrita fascinantemente realista e, por vezes, sacrastica me fornece um sentimento humuristico e... feliz, ou algo parecido.
Com inspirações e mais inpirações espero que de mim saia algo verdadeiro, embora uma história seja como um filme: nada tem de verdadeiro, apenas coisas a aprender, mas quero que se divirtem a lê-lo, não quero que se aborreçam (Please! I can be funny.), não quero que o critiquem, nem que o estudem, porque não sou escritora, sou estudante «normal» de 15 anos. Um beijo, fiquem bem!!